27.2.06

meus gatos, minha gata...

... dentro em breve terei um quarto com jardim para mim e para vocês. um autêntico palácio.
Maybe... não é, Maybe? Façam figas.

O gato

Com um lindo salto
Leve e seguro
O gato passa
Do chão ao muro
Logo mudando
De opinião
Passa de novo
Do muro ao chão
E pisa e passa
Cuidadoso, de mansinho
Pega e corre, silencioso
Atrás de um pobre passarinho
E logo pára
Como assombrado
Depois dispara
Pula de lado
Se num novelo
Fica enroscado
Ouriça o pêlo, mal-humorado
Um preguiçoso é o que ele é
E gosta muito de cafuné
Com um lindo salto
Leve e seguro
O gato passa
Do chão ao muro
Logo mudando
De opinião
Passa de novo
Do muro ao chão
E pisa e passa
Cuidadoso, de mansinho
Pega e corre, silencioso
Atrás de um pobre passarinho
E logo pára
Como assombrado
Depois dispara
Pula de lado
E quando à noite vem a fadiga
Toma seu banho
Passando a língua pela barriga

Vinicius

3.2.06

San Francisco...

E pronto, como disse que avisava, já sei onde vou parar durante a maior parte deste ano... california, west coast, usa! San Francisco! Eheheh (sem piadas fáceis, ok, pessoal? ;))

2.2.06

Dicionário... de Vinicius

"A letra A: palavra por palavra (II)

Abacate: Fiz certa vez para a minha série de poeminhas infantis, um sexteto sobre essa fruta de que gosto muito e que pertence, segundo me ensina o verbete de mestre Aurélio, à família das Lauráceas ? o que não é dizer pouco. O poeminha é como segue, e faz grande sucesso entre crianças de mentalidade cropófila e adultos de mentalidade de criança, como é o caso de meu amigo e compadre Chico Buarque:

A gente pega o abacate
Bate bem no batedor
Depois do bate-que-bate
Que é que parece? ? Cocô.
Ô abacate biruta:
Tem mais caroço que fruta!

Mas eis que, de repente, surgem-me, no ato de escrever, confusas, dolorosas recordações ligadas a essa palavra. (...)"

Leiam, leiam. Tá na prosa, com esse título. Pus só este bocadinho porque, pronto, ainda agora acabei de postar outro texto maravilhoso, e assim logo dois de seguida... bom, cinco uísques por dia... dois textos maravilhosos de seguida... estou a embebedar-me de vinicius, não quero saber. Nota-se muito?

Mais Vinicius

Amigos meus
Ah, meus amigos, não vos deixeis morrer assim... O ano que passou levou tantos de vós e agora os que restam se puseram mais tristes; deixam-se, por vezes, pensativos, os olhos perdidos em ontem, lembrando os ingratos, os ecos de sua passagem; lembrando que irão morrer também e cometer a mesma ingratidão.Ide ver vossos clínicos, vossos analistas, vossos macumbeiros, e tomai sol, tomai vento, tomai tento, amigos meus! - porque a Velha andou solta este último Bissexto e daqui a quatro anos sobrevirá mais um no Tempo e alguns dentre vós - eu próprio, quem sabe? - de tanto pensar na Última Viagem já estarão preparando os biscoitos para ela.Eu me havia prometido não entrar este ano em curso - quando se comemora o 19640 aniversário de um judeu que acreditava na Igualdade e na justiça - de humor macabro ou ânimo pessimista. Anda tão coriácea esta República, tão difícil a vida, tão caros os gêneros, tão barato o amor que - pombas! - não há de ser a mim que hão de chamar ave de agouro. Eu creio, malgrado tudo, na vida generosa que está por aí; creio no amor e na amizade; nas mulheres em geral e na minha em particular; nas árvores ao sol e no canto da juriti; no uísque legítimo e na eficácia da aspirina contra os resfriados comuns. Sou um crente ? e por que não o ser? A fé desentope as artérias; a descrença é que dá câncer.Pelo bem que me quereis, amigos meus, não vos deixeis morrer. Comprai vossas varas, vossos anzóis, vossos molinetes, e andai à Barra em vossos fuscas a pescar, a pescar, amigos meus! ? que se for para engodar a isca da morte, eu vos perdoarei de estardes matando peixinhos que não vos fizeram mal algum. Muni-vos também de bons cajados e perlustrai montanhas, parando para observar os gordos besouros a sugar o mel das flores inocentes, que desmaiam de prazer e logo renascem mais vivas, relubrificadas pela seiva da terra. Parai diante dos Véus-de-Noiva que se despencam virginais, dos altos rios, e ride ao vos sentirdes borrifados pelas brancas águas iluminadas pelo sol da serra. Respirai fundo, três vezes o cheiro dos eucaliptos, a exsudar saúde, e depois ponde-vos a andar, para frente e para cima, até vos sentirdes levemente taquicárdicos. Tomai então uma ducha fria e almoçai boa comida roceira, bem calçada por pirão de milho. O milho era o sustentáculo das civilizações índias do Pacífico, e possuía status divino, não vos esqueçais! Não abuseis da carne de porco, nem dos ovos, nem das frituras, nem das massas. Mantende, se tiverdes mais de cinqüenta anos, uma dieta relativa durante a semana a fim de que vos possais esbaldar nos domingos com aveludadas e opulentas feijoadas e moquecas, rabadas, cozidos, peixadas à moda, vatapás e quantos. Fazei de seis em seis meses um check-up para ver como andam vossas artérias, vosso coração, vosso figado.E amai, amigos meus! Amai em tempo integral, nunca sacrificando ao exercício de outros deveres, este, sagrado, do amor. Amai e bebei uísque. Não digo que bebais em quantidades federais, mas quatro, cinco uísques por dia nunca fizeram mal a ninguém. Amai, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido.Mas sobretudo não morrais, amigos meus!

Bato na madeira. Soa um bocado dramático, mas imaginem que o que eu queria comenTAR AGORA NESTE MOMENTO É QUE Já sei onde quero ir jantar se tiver dinheiro e vocês tb. no dia dos meus anos: num sítio que eu cá sei onde tem moqueca com pirão de milho, CHAMADO, IMAGINEM "BRAZUCA" (credo) PERTO DO ANTIGO CONSERVATÓRIO, BAIRRO ALTO! (oOOPS, O CAPS LOCK... Eu sei que depois de um texto destes um comentário destes é no m+ínimo estúpido... mas ele tem razão em tanta coisa, incluindo nessa... por que não? Gabriela, por gabriela... ah, e vou beber um uísque sem gelo, mate (não, de malte, era isso que eu queria dizer). tou superficial, e talvez com fome e tri-bagaceira (seja lá oq ue isso for - o que é marta?). pronto, e vou dizer-vos qual foi o site onde encontrei isto e calo-me dentro de momentos...
http://www.viniciusdemoraes.com.br/

Italianando II



Quem quer ir ver o Gattopardo, versão restaurada, no Nimas?