30.1.06

O amor bate na aorta

Cantiga do amor sem eira
nem beira,
vira o mundo de cabeça
para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.

Meu bem, não chores,
hoje tem filme de Carlito!

O amor bate na porta
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei. cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.

Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.

Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
pronto, o amor se estrepou.
Daqeui estou vendo o sangue
que escorre noc orpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.

Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo corpos, vejo almas
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender...

Carlos Drummond de Andrade

Poema enjoadinho

Filhos . . . Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete . . .
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los . . .
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce N
a sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Vinicius

P.s.: eu sabia: isto é hormonal! viram eu a falar de praia? praia... conjuge morenaço... filho! Cuidado comigo... tou procurando um amor prá vida! pra filho... porque ontem vi mtas crianças e a hormona"bate na aorta" (eu já vos mostro este poema). As meninas da Maybe fizeram 7 anos e já têm dentes novos... e o cheiro do champô, isto é verdade, e os cocós, eu só conheço de "consulta". Não vou dizer mais nada, quem já cheirou (valha-me deus, refiro-me ao champÕ mais do que ao cocó), sabe que esta coisa que a minha avó diz "Filhos é melhos não tê-los" e Melhor sozinha, é tudo uma mentira caridosa....
Parabéns, m...aybe!

Já tão enjoadinhos, não é?

vou só procurar o "amor bate na aorta",
e depois vou estudar biologia... se me conseguir concentrar.

- venha alguém para o meio!

Procura-se um amigo

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

Vinicius de Moraes

Epá, ontem fui a uma festa (a maybe que o diga - agora lembrei-me daquela parte do sérgio godinho "qtas vezes o coração já bateu para nada") e aconteceu cairem-me umas lágrimas quentinhas pela pele gelada - Nevou, pois foi... - no regresso, com a minha sobrinha a dormir atrás no carro, de pensar em mta coisa, coisas misturadas, do género o que é que me aconteceu nestes últimos anos para ter perdido ideais, amores e o sentir a falta deles...? mas não foi só chorar por coisas perdidas, foi sentir como é bom abraçar a maybe e ser amiga dela há tanto tempo, desde que andava na fase hippie com sandálias com solas de pneu (trazidas do Brasil por outra amiga q tb. estava na festa mas a quem é difícil dar um abraço, seja de que maneira for... e porquê?), do tempo em que sabia tocar um bocadinho de viola (o violão, marta, o violão! é lindo o som, e estar em roda - eu e as rodas! - a ouvir alguém tocar: qdo andava no liceu tinha amigos que tocavam muito, muito bem... que pena não estar próxima deles, eles dar-te-iam óptimas aulas ;D), que lia poesia que o Marcelo, professor de filosofia (que também 'tava ontem na festa...) me indicava e me dava sentido às coisas.
Só vos digo... ontem à noite, se tivesse saldo no telemóvel tinha telefonado a todos vocês e dito que precisava de beber umas boémias urgentemente com AMIGOS, ou beber um mate, whatever, rir até doer a barriga ou chorar, não sei, para festejar o ontem ter sentido falta de um amor e ter medo de ter perdido ideais e querer procurar amigos (e encontrá-los) como a nightnday, como vocês cirandeiros primeiros que ainda não a conhecem, como os desnaturados da cheila e do joão que apesar de tudo, detsa frustração de se manterem em sil~encio, aceitaram o convite e me telefonam e voltam a telefonar apesar de eu não atender (sim, joão? please!) para parar de chorar o passado perdido (lembrem-me disto!), deitar na relva, e pensar no futuro, na bata de enfermagem, nos dias de praia em que vamos tostar ao sol e pelados (quem quiser) e depois beber uma cerveja e comer um camarão na comporta ...pois é, isto deve ser um novo tipo de ressaca: a ressaca das boémias não bebidas!

Uma pessoa calminha limitava-se a postar o texto do vinicius, uma pessoa assim como eu comenta-o e conta a vida toda. que é que se há-de fazer? eu sou mesmo assim, eu fui sempre assim, gabriela.

28.1.06

Italianando...

19.1.06

Apresentei os novos cirandeiros nuns chequebacks ao post livro da solidão, que acho q ninguém deve ter lido, a não ser a martacarademinhoca. Tenho esta coisa de escrever as coisas tipo conversa nos chequebacks, mas depois quase ninguém conversa comigo, pq. realmente fica mesmo escondidinho. Ora, saindo da obscuridade, anuncio: temos dois cirandeiros muito especiais que devem 'tar aí a aparecer! Apareçam! (João, eu pedi uma foto da Comporta, pq. quero convencer esta malta do mate a ir lá fazer uma festa um dia destes - prometo que não temos de dar as mãos e cantar de roda, pq. afinal não temos música... a não ser que a marta já tenha começado com as aulas de violão ;)

P.s. A imagem é uma coisa bela egípcia, menina a nadar, que encontrei na minha visita ao louvre... thx marta!

14.1.06

Prometo...

... que não brinco mais com o visual do blog ;)

... que no próximo encontro vou deslocar-me para usufruir da companhia de vossas excelências, sabendo que horas decentes para mim se situam entre as 18 e as 04

... que vou no entanto almoçar convosco a picoas ainda esta semana

... que sou péssimo a cumprir promessas.

(sorry, girls... :( I'm a bad bad person)

3.1.06

a cara de minhoca pediu...

... o ahsonnutli deu.